Pudera-me ser forte,
E enfrentar a dor face a face,
Não o fiz pela fraqueza do medo.
Pudera-me erguer do chão
Respirar todo o pó e não haver mudança,
Não o fiz por egocentrismo!
Deus, pudera-me ser feliz,
Outrora em mãos a tive,
E como bem conheço-me, lancei todas as possibilidades
Por uma janela de horror desconhecida.
Onde pusera-me agora?
Não mais sei que sou,
Nem mesmo minha face vejo claramente!
Borrões acinzentados, cobertos de poeira do acaso,
Cobrem minhas lembranças
E como em um dia comum,
Persisto em permanecer na firma sombra do anoitecer,
E sobre minh'alma pousa-se a benevolente solidão!
06.09.10